segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Sobre 2012 - Achei relevante!

Os maias, como os egípcios, são descendentes diretos dos sobreviventes de Atlântida, mas sobre eles ainda sabemos muito pouco se comparado à grande quantidade de informação que esse fabuloso povo pode ter nos deixado. Não se sabe até hoje o motivo do desaparecimento repentino dos maias na América, eram centenas de milhares de habitantes vivendo em uma metrópole da época. Existem inúmeras teorias sobre esse desaparecimento em massa, mas nenhuma se aproxima de uma conclusão plausível. Particularmente, acreditamos que esse povo, em uma certa fase de seu desenvolvimento e merecimento, observou um processo de ascensão coletiva e seu desaparecimento repentino está totalmente relacionado a isso. Os segredos e as poucas escritas encontrados até hoje estão sendo decifrados pelos arqueólogos, principalmente no México. Os maias foram excepcionais astrônomos e mapearam as fases e os cursos de diversos corpos celestes, especialmente da Lua e de Vênus. Muitos de seus templos tinham janelas e miras demarcatórias (e outros aparatos) para acompanhar e medir o progresso das rotas dos objetos observados no céu. Templos arredondados, quase sempre relacionados com Kukulcán, são observatórios celestes extraordinários. Em vários templos foram encontradas marcações de miras indicando que ali foram feitas observações astronômicas. O sistema de escrita maia (geralmente chamada hieroglífica por uma vaga semelhança com a escrita do antigo Egito) era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas. É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo.

Decifrar as escritas maias tem sido uma tarefa longa e trabalhosa, um processo árduo que exige muita dedicação dos estudiosos. Algumas partes foram decifradas no final do século XIX e início do século XX (em sua maioria, partes relacionadas com números, calendário e astronomia), mas os maiores avanços se fizeram nas décadas de 1960 e 1970, e se aceleraram daí em diante. Atualmente, a maioria dos textos maias pode ser lida quase por completo em seu idioma original. Lamentavelmente, os sacerdotes espanhóis, em sua luta pela conversão religiosa, ordenaram a queima de todos os livros maias logo após a conquista. Assim, a maioria das inscrições que sobreviveram é a que foi gravada em pedra; grande parte estava situada em cidades já abandonadas quando os espanhóis chegaram. Os livros maias normalmente tinham páginas semelhantes a um cartão, feitas de um tecido sobre o qual aplicavam uma película de cal branca e assim pintavam os caracteres e desenhavam suas ilustrações. Os cartões ou páginas atavam-se entre si pelas laterais de maneira a formar uma longa fita que era dobrada em ziguezague para guardar e, sempre que desejavam, eles desdobravam para a leitura. Atualmente restam apenas três desses livros e algumas outras páginas de um quarto. Frequentemente são encontrados, nas escavações arqueológicas, torrões retangulares de gesso que parecem ser restos do que fora um livro depois da decomposição do material orgânico.

Nosso conhecimento sobre os pensamentos maias representa somente uma minúscula fração do panorama completo que poderemos ainda descobrir, em vista dos milhares de livros que formaram toda a extensão do conhecimento maia e seus rituais.

A grande importância dada pelos maias à medição do tempo decorre da concepção do tempo e do espaço; em verdade, para eles, o tempo era uma só coisa, que flui não linearmente, como tratado na convenção europeia ocidental, mas sim circularmente, isto é, em ciclos repetitivos. O conceito chama-se Najt e é representado graficamente por uma espiral. Os maias acreditavam que, conhecendo o passado e transportando as ocorrências para idêntico dia do ciclo futuro, os acontecimentos basicamente se repetiriam, podendo-se, assim, prever o futuro e exercer poder sobre ele por meio do presente.

Por essa razão, a adivinhação e a clarividência eram a mais importante função da religião dos maias. Tanto é assim que a palavra maia usada para designar seus sacerdotes tem origem na expressão "guardião dos dias".

Para os maias, a energia move-se desde o centro da Galáxia de Alcion, nas Plêiades, até o nosso Sol, que a irradiará para todo o Sistema Solar. A Lua, Vênus, Marte, Mercúrio principalmente e os outros planetas refletem para a Terra essa energia. A quantidade que refletem depende da localização deles nas suas órbitas em redor do Sol e da posição do nosso planeta. Essa energia regula desde as marés até as fases de crescimento de todas as coisas no planeta. Ela é aceita por todos os povos como a força vital, foi descrita por Parcelso e chamada de Evestrum. Os egípcios, por sua vez, a chamaram de Kal; os gregos, de Pneuma; os hebreus, de Ruan; os hindus, de Prana; os japoneses, de Ki; os Chineses, de Chi; e os maias, de Puah.

O calendário maia com ciclo equivalente a um ano solar era chamado Haab e tinha ordinariamente 18 meses de 20 dias cada; seu uso era mais afeto às atividades agrícolas, notadamente na prescrição das datas de plantio, colheita, tratos culturais e previsão dos fenômenos meteorológicos. Era o calendário das coisas e das plantas. Já o calendário Tzolk'in, que possuía 13 meses de 20 dias, com ciclo completo de 260 dias, era usado para as atividades religiosas. Em sua função se marcavam as cerimônias religiosas, faziase a adivinhação das pessoas e se encontravam as datas propícias para seus atos civis.

Assim que nascia uma criança, pelo registro akáshico* os maias a apresentavam aos sacerdotes que, pelo dia do nascimento, adivinhavam a futura personalidade da criança, seus traços marcantes, suas propensões, habilidades e dificuldades, analogamente ao horóscopo mesopotâmico, e encaminhavam essa criança para os estudos mais apropriados, criando seres extraordinários e alinhados com suas aptidões e seus propósitos pessoais. Esse conhecimentos foram perdidos no tempo, como também os conhecimentos reais sobre a verdadeira Kaballah egípcia de Tehuti (Hermes), fonte primária da Kaballah judaica, capaz de prever pela data de nascimento todos os ciclos positivos e negativos de uma pessoa durante sua vida na Terra. Por meio do oráculo egípcio verdadeiro de Tehuti, é possível mapear facilmente suas aptidões, seus talentos e as heranças genéticas e espirituais que as carregam na sua essência consciencial. Se o mundo ocidental resgatasse esse conhecimento, certamente muitos contratempos e infortúnios seriam evitados e grandes gênios e mentes brilhantes seriam despertados ainda na infância.

Estudiosos defendem que a observação da repetição cíclica das estações do ano e seus eventos climáticos, dos ciclos vegetativos e reprodutivos das plantas e dos animais, sincronizada à repetição do curso dos astros na abóbada celeste, foi o que inspirou os maias na criação de seus calendários.

É reconhecido que muito da matemática e astronomia dos maias se desenvolveu sob a necessidade de sistematizar os calendários com os principais eventos cósmicos.

As pessoas que possuem algum tipo de clarividência na verdade estão acessando esses grandes registros virtuais, que por sua vez vão se moldando conforme a crença e o foco de atenção de cada um. Podemos dizer que esse grande registro é realmente um imenso programa que vai se modificando e se construindo a todo instante. Por isso é muito importante entender que o futuro não está pronto e esperando por você. Previsões, clarividências e adivinhações são meras leituras de um mundo que se apresenta no presente. Se mudar o presente, automaticamente mudará o futuro. Nada é imposto, e sim proposto. Algumas pessoas declaram que já entraram nos registros akáshicos por meio de projeções conscientes e lúcidas; dizem terem lá encontrado algo parecido com uma grande biblioteca, com livros verdadeiros. O passado, o presente e o futuro estavam registrados, como textos, nesses livros. Algumas pessoas até dizem que já leram os registros, depois entraram neles e os experienciaram em primeira mão. O registro akáshico pessoal de cada um pode ser acessado por terapeutas e clarividentes por meio da descrição do nome completo e da data de nascimento.

O mês de 20 dias é natural e adequado à cultura maia, já que a sua matemática usava a numeração na base vinte, que corresponde à soma dos dedos humanos das mãos e dos pés. Não é por outra razão que a cada katum (período de 20 anos), data auspiciosa como nossa década, os maias erigiam uma estela, monumento lítico belissimamente decorado, no qual registravam as datas e os principais eventos que poderiam ser interpretados no futuro.

Como qualquer outra civilização antiga, os maias sacralizavam os conhecimentos de astronomia, matemática e escrita, sendo estes função dos sacerdotes e letrados, cujos registros se cristalizaram no sistema de calendários, desde muito cedo aperfeiçoados.

Se a duração do ciclo completo do haab (365 dias + 1/5) era demarcada ao compasso do ano solar, a duração do ciclo completo do Tzolk'in (260 dias) corresponde à duração de um ciclo biológico humano desde a concepção até o nascimento.

Por isso, o haab regia a agricultura e as coisas, e o tzolk'in, a vida das pessoas. Os maias desenvolveram independentemente o conceito de zero; de fato, parece que estiveram usando o conceito muitos séculos antes do Velho Mundo, e usavam um sistema de numeração de base 20.

As inscrições mostram-nos, em certas ocasiões, que trabalhavam com somas de até centena de milhões. Produziram observações astronômicas extremamente precisas; seus diagramas de movimentos da Lua e dos planetas, se não iguais, são superiores aos de qualquer outra civilização que tenha trabalhado sem instrumentos óticos. Ao encontro dessa civilização com os conquistadores espanhóis, o sistema de calendários dos maias já era estável e preciso, notavelmente superior ao calendário gregoriano.

Nos séculos VIII e IX, a cultura maia clássica entrou em decadência, abandonando a maioria das grandes cidades e as terras baixas centrais. A guerra, o esgotamento das terras agrícolas e a seca, ou ainda a combinação desses fatores, são frequentemente sugeridos como os motivos da decadência.

Os estados maias pós-clássicos também continuaram prosperando nos altiplanos do sul. Um dos reinos maias dessa área, Quiché, é o responsável pelo mais amplo e famoso trabalho de historiografia e mitologia maia, o Popol Vuh, fornecendo-lhes preceitos e presságios.

Os maias falavam sobre o final do medo. Dizem que o nosso mundo de ódio e materialismo terminará em 2012. Nesse dia, a humanidade deverá escolher entre desaparecer do Planeta como espécie pensante que ameaça destruí-lo ou evoluir para a integração harmônica com todo o Universo. Compreendendo que tudo está vivo e consciente, e que somos partes desse todo, podemos existir em uma Era de luz. Diziam que a partir de 1999 restariam 13 anos, somente 13 anos para realizarmos as mudanças de consciência e atitudes de que eles nos falam, para que possamos nos desviar do caminho do mal para outro que abra nossas consciências e mentes à integração com o Universo. Os maias sabiam que o Sol, ao qual chamavam "Kinich-Ahau", é um ser vivo que respira e a cada determinado período se tempo sincroniza com o enorme organismo que existe (Alcion); que, ao receber uma manifestação de luz do centro da Galáxia, brilha mais intensamente e produz em sua superfície o que os cientistas chamam de erupções solares e mudanças magnéticas. Eles dizem que isso acontece a cada 5.125 anos e que a Terra se vê afetada pelas mudanças do Sol mediante o deslocamento do seu eixo de rotação. Para os maias, o processo universal, como a respiração da Galáxia, é cíclico e nunca muda.

O que muda é a consciência do homem, que passa por seu intermédio em um processo sempre em direção à perfeição. Com base em suas observações, os maias diziam que a partir da data inicial de sua civilização, desde o 4º Ahua, 8º Cumku, isto é, 3.113 a.C. até 5.125 anos no futuro que o Sol receberá um forte raio sincronizador proveniente do centro da Galáxia, mudando sua polaridade e produzindo uma gigantesca labareda radiante. Para esse dia, a humanidade deve estar preparada para atravessar o portal dimensional. Nesse momento, a civilização atual, baseada no medo, passará para uma vibração muito mais alta de harmonia. Só de maneira individual podemos atravessar o portal que permitirá evitar grandes desastres. Os maias asseguravam que a sua civilização era a quinta iluminada pelo Sol, o quinto grande Ciclo Solar. Que antes existiram outras quatro civilizações que foram destruídas por grandes desastres naturais. (Adâmica, Hiperbórea, Lemuriana, Atlante.) Achavam que cada civilização é apenas um degrau para ascensão da consciência coletiva da humanidade. Para os maias, no último desastre, a civilização teria sido destruída por uma grande inundação que deixou apenas alguns sobreviventes dos quais eles eram seus descendentes. Pensavam que, ao conhecer o final desses ciclos, muitos humanos se preparariam para o que viria e que graças a isso haviam conseguido conservar sobre o Planeta a espécie pensante, o ser humano. Falam sobre o "tempo do não-tempo", um período de 20 anos chamado "Katún", os últimos 20 anos desse grande ciclo de 5.125 anos, quer dizer, de 1992 até 2012. Diziam que nesse tempo manchas do vento solar cada vez mais intensas apareceriam no Sol e que, a partir de 1992, a humanidade entraria em um último período de grandes aprendizagens, de grandes mudanças. Que nossa própria conduta de depredação e contaminação do Planeta contribuiria para conscientização coletiva e nos forçaria a uma nova conduta perante o planeta. Essas mudanças acontecerão para que possamos entender como funciona o Universo e avançar em níveis superiores, deixando para trás o materialismo e nos livrando do sofrimento. Diziam que a terra despertará pelo norte e pelo poente, começando uma época de escuridão que todos nós enfrentaríamos com nossa própria conduta. Disseram que as palavras de seus sacerdotes seriam escutadas por todos nós como orientação para o despertar. Eles falavam dessa época como o tempo em que a humanidade entrará no grande salão dos espelhos, um momento de mudanças, o homem em frente a si, mesmo, para que enxergue e analise seu próprio comportamento com ele mesmo, com os demais, com a natureza e com o Planeta em que vive.

Uma época para que toda a humanidade por decisão consciente de cada um decida mudar e eliminar o medo e a falta de respeito de todas as nossas relações.

Diziam que o comportamento de toda a humanidade mudaria rapidamente a partir do eclipse solar de 11 de agosto de 1999, dia em que um anel de fogo cortou o céu; foi um eclipse sem precedentes na História pelo alinhamento em cruz cósmico com o centro da Terra de quase todos os planetas do Sistema Solar. Eles nos posicionaram quatro signos do zodíaco que são os dos quatro evangelistas, os quatro guardiões do trono que protagonizam o Apocalipse segundo São João. Além disso, a sombra que a Lua projetou sobre a Terra atravessou a Europa, passando por Kosovo, depois pelo Oriente Médio, Irã, Iraque e posteriormente se dirigindo ao Paquistão e à Índia. Sua sombra parecia prever uma área de conflitos e guerras. Os maias sustentavam que, a partir desse eclipse, o homem perderia facilmente o controle ou então alcançaria sua paz interior e tolerância, evitando os conflitos; anunciavam uma época de mudanças, que é a antessala de uma Nova Era. Diziam que a energia que recebemos do centro da galáxia aumentará e acelerará a vibração em todo o Universo para conduzir a uma maior perfeição. Isso produzirá mudanças físicas no Sol e psicológicas no ser humano. Serão transformadas as formas de relacionamento e de comunicação. Simultaneamente, mais e mais pessoas encontrarão a paz interior, aprenderão a controlar suas emoções, haverá mais respeito, serão mais tolerantes e compreensivas, encontrarão o amor e a unidade. Surgirão homens com altíssimos níveis de energia interna, pessoas com sensibilidade e poderes intuitivos para a salvação. Todos se posicionarão segundo o que são e os que conservam a harmonia entenderão isso como um processo de evolução no Universo. Os conflitos existirão, mas também darão lugar às circunstâncias de solidariedade e respeito pelo semelhante. Isso significa que o céu e o inferno se manifestarão ao mesmo tempo. Na época da mudança dos tempos, todas as opções estarão disponíveis e praticamente sem nenhuma censura; os valores morais estarão mais evidentes que nunca para que cada um se manifeste livremente como realmente é.

Devemos, então, concentrar-nos em produzir resultados positivos de nossas ações. Todos esses processos existem para que a humanidade se expanda pela Galáxia, compreendendo sua integridade fundamental com tudo o que existe.

Certamente muitas mudanças acontecerão e, nesse momento, um dos aspectos mais marcantes certamente será a nossa relação com o sistema capitalista que aí está. Desde 1995, a economia mundial não é mais dominada pelo intercâmbio de automóveis, aço, trigo e outros bens e artigos reais, mas pelo intercâmbio de dívidas, ações e títulos de crédito, quer dizer, de riqueza virtual com a qual é muito fácil especular. A especulação em torno do capital financeiro levará a uma situação econômica muito complicada. Nesse momento, quase todas as economias do mundo estarão com problemas de especulações financeiras; os salva-vidas do governo com dinheiro de bancos que se encontrarão à beira da falência. Não será o fim do capitalismo, mas o início de um novo modelo de relação comercial que virá a ser construído, pois o sistema hoje operante já está em franca transformação.

As escrituras maias dizem que em um certo momento o Sistema Solar, em seu giro cíclico, sairá da noite para entrar no amanhecer da Galáxia. Elas nos falam que, nos 13 anos (que vão de 1999 até 2012), a luz emitida desde o centro da Galáxia sincroniza todos os seres vivos e permite-lhes concordar voluntariamente com uma transformação interna que produz novas realidades. E que todos os seres humanos têm a oportunidade de mudar e romper suas limitações por meio do pensamento. Os seres humanos que voluntariamente encontrarem seu estado de paz interior, elevando sua energia vital, levando sua frequência de vibração interior do medo para o amor, poderão captar o pensamento e se expressar por seu intermédio, com isso florescendo o novo sentido. A energia adicional do raio emitido por Runacku (ou Alcion, o centro da Galáxia) ativa o código genético de origem divina nos seres humanos que estejam em alta frequência de vibração. Tal sentido ampliará a consciência de todos os seres humanos, gerando uma nova realidade individual, coletiva e universal. Uma das maiores transformações ocorrerá em nível planetário, porque todos os homens conectados entre si como um só todo darão nascimento a um novo ser na ordem galáctica.

A reintegração das consciências individuais de milhões de seres humanos despertará uma nova consciência, na qual todos entenderão que fazem parte de um mesmo organismo gigantesco. A capacidade de ler o pensamento entre os humanos revolucionará totalmente a civilização, pois desaparecerão todos os limites, a mentira será eliminada para sempre porque ninguém poderá ocultar mais nada. Iniciar-se-á uma época de transparência e de luz que não poderá ser oculta por nenhuma violência ou emoção negativa. Desaparecerão as leis e os controles externos, como a polícia e o exército, porque cada ser se fará responsável por seus atos; não será preciso implantar nenhum direito ou dever pela força. Será formado um governo mundial e harmônico, com os seres mais sábios e evoluídos do Planeta, e não existirão fronteiras nem nacionalidades. Findarão os limites impostos pela propriedade privada e o dinheiro não será mais necessário como algo que direcione a vida das pessoas, e sim seus propósitos individuais. Serão implantadas tecnologias para o controle da luz e da energia, e com elas a matéria se transformará, produzindo de maneira simples tudo o que for necessário e dando um basta à pobreza para sempre. Com a comunicação pelo pensamento, haverá um supersistema imunológico que eliminará as baixas vibrações do medo produzidas pelas enfermidades, prolongando a vida dos humanos.

A Nova Era não precisará da aprendizagem inversa, produzida pelas doenças e sofrimento que caracterizaram os últimos milhares de anos da História. A comunicação e a reintegração farão com que as experiências e lembranças individuais e os conhecimentos adquiridos sejam disponíveis sem egoísmo para todos os outros. Será como uma Internet em nível mental que multiplicará exponencialmente a velocidade das descobertas e serão criadas sinergias nunca antes imaginadas. Os julgamentos e os valores morais que mudam com o tempo serão extintos. O respeito será o elemento fundamental da cultura, transformando o indivíduo e a comunidade.As manifestações artísticas, as ocupações estéticas e as atividades recreativas comunitárias e culturais ocuparão a mente do ser humano. Milhares de anos fundamentados na separação entre os homens que adoraram um Deus que julga e castiga se transformarão para sempre. O ser humano viverá a primavera galáctica, o florescimento de uma nova realidade baseada na reintegração com o Planeta e com todos os seres humanos. Nesse momento, compreenderemos que somos parte de um único organismo gigantesco e nos conectaremos com a Terra, uns com os outros, com nosso Sol e com a Galáxia inteira. Todos os seres humanos entenderão que os reinos mineral, vegetal e animal e toda a matéria espalhada pelo Universo em todas as escalas, desde um átomo até uma Galáxia, são seres vivos com uma consciência evolutiva. Na Nova Terra, todas as relações serão baseado das na tolerância e na flexibilidade, porque o homem sentirá os outros seres como parte de si mesmo.

*Registro Akáshico: akasha é uma palavra em sânscrito que significa céu, espaço ou éter. Segundo o Hinduísmo e diversas correntes místicas, são um conjunto de conhecimentos armazenados misticamente no éter, que abrangem tudo o que ocorre, ocorreu e ocorrerá no Universo. São encontrados na zona intermediária entre os mundos astral e mental, parcialmente astral e mental, e, de certa forma, interpenetrando todos os níveis. Eles são registros de todo pensamento e evento que já ocorreram, como um enorme, infinito livro ilustrado de história mental. Os registros akáshicos também contêm probabilidades que brotam e que são criadas por acontecimentos, ações e pensamentos passados e no futuro.

"2012: A Era de Ouro"

Autores: Carlos Torres e Sueli Zanquim
Editora: Madras
Páginas: 176
Quanto: R$ 42,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 e no site da Livraria da Folha

sexta-feira, 15 de maio de 2009

João Moreira Salles – não fixando o olhar

(Matéria publicada na Revista Básica - Setembro de 2007)

Um documentário sobre a guerra do tráfico no Rio (“Notícias de uma Guerra Particular”), outro sobre um pianista silencioso (“Nelson Freire”), o retrato de uma campanha presidencial única na história do Brasil (“Entreatos”), um filme sobre uma grande casa e seu excêntrico mordomo (“Santiago”) e por fim uma revista bem diferente da maioria. Essas são as linhas gerais dos principais documentários de João Moreira Salles e seu mais novo empreendimento, a revista Piauí, lançada no fim de 2006.

Cineasta, editor e, periodicamente, professor (atualmente ele ministra um curso na Casa do Saber e também já integrou o quadro de professores da PUC), ele costuma produzir filmes elogiados pela crítica e premiados em festivais nacionais e internacionais.

Ultimamente, seu foco de trabalho se deslocou da telona para o jornalismo, mais especificamente para a revista mensal da qual é fundador e editor. Para ele, essa mudança é coerente. Seu campo continua sendo a não-ficção e o terreno onde busca suas histórias permanece sendo o Brasil. “Eu mesmo faço uma ou outra reportagem grande e não é substancialmente diferente do que se eu estivesse com uma câmera. O procedimento é quase o mesmo. Eu vou olhar, ver como as pessoas são, os gestos, o que elas fazem e, depois, escrever”.

Fugindo do entendimento de que um filme documentário existe para ensinar as pessoas sobre algo que elas deveriam saber, João não busca conscientizar ninguém e não acredita em mudar o mundo através do cinema. Por essa linha de documentário ele não cultiva nenhuma simpatia: “Eu faço documentário pelo documentário, ele é um fim em si e não um instrumento de engenharia social”. Sua revista segue o mesmo princípio. A Piauí não tem editorial nem colunas de opinião, apenas reportagens que buscam contar, de forma original, fatos que ocorrem no país, além de poesias, histórias em quadrinhos e bastante humor.

Seu anseio é testemunhar o que é singular, transmitindo uma história que para ele simplesmente não poderia deixar de ser registrada.

Sobre o filme “Notícias de uma Guerra Particular”, de 1999, que retrata o cotidiano de traficantes e moradores do Morro Santa Marta, em Botafogo, ele afirma: “Era um momento da história do Rio de Janeiro em que houve uma mudança de patamar de violência. Eu, Kátia (Lund, co-diretora do filme) e Waltinho (Walter Salles, irmão de João, que participou do início do filme), como moradores da cidade, nos perguntamos: ‘O que está acontecendo?’. Tínhamos que pegar uma câmera e tentar testemunhar aquilo, mas sem querer defender nenhuma tese. O filme nasce de um desejo de testemunhar”.

Um impulso parecido o levou, em 2002, a filmar a campanha política de Lula à presidência da República. “Não era o Lula em si, não eram as suas idéias... Era o fato de uma pessoa como ele, vindo de onde veio e que se projetou como líder sindical, estar ali onde ele estava. Eleger o Lula significava, inevitavelmente, uma novidade histórica. Como documentarista, você se sente desafiado. É uma coisa que só acontece uma vez”.

Apesar de filmar fatos reais e não defender opiniões, suas histórias são sempre autorais. “Eu filmo a partir do meu ponto de vista, não acredito na objetividade”. Cada vez mais, ele busca expor claramente esse fato. É o que se percebe em “Santiago”, em que a voz do documentarista está presente do início ao fim e é central dentro do filme. O ato de escolha e intervenção - que permeia qualquer documentário, mas que muitas vezes é mascarado - fica escancarado neste trabalho, que fala sobre o mordomo da casa onde João passou a infância, na Gávea, sua relação com esta mansão e, mais que tudo sobre o ato subjetivo de construção de uma obra não ficcional.

João Moreira Salles toca em questões que não se perdem com o tempo. Em toda sua obra ele fala, acima de tudo, sobre a essência humana, seja o pior ou melhor dela. No filme “Nelson Freire”, de 2003, sobre um dos maiores pianistas brasileiros da História, por exemplo, ele fala principalmente sobre a ordem, a beleza e a importância do silêncio. Em “Santiago”, além da história factual da vida de seu antigo mordomo, ele trata das relações estabelecidas entre empregado e empregador e das relações de poder; entre muitos outros temas subjetivos, que nunca chegam ao espectador como questões fechadas, dadas como verdades, e sim, como uma maneira de enxergar a realidade.

A forma particular do olhar desse profissional que pensou, alimentou e fez todos esses filmes foi construído ao longo de um percurso próprio, não muito diferente da maioria, nem muito igual.

João nasceu numa família influente e culta. Seu pai foi embaixador, ministro e fundador do Unibanco. Eles moravam numa casa na Gávea, hoje o Instituto Moreira Salles, centro de referência em música e fotografia. “Eu cresci na ditadura. Era um período em que as pessoas tinham medo. Não só aquelas que lutavam contra os militares, mas também aquelas que podiam ser alvo de ações da esquerda. Pelo fato de meu pai ser banqueiro, imaginava-se que a minha família poderia sofrer algum ato de violência, ainda que ele tivesse sido ministro do João Goulart. Eu tive uma infância bastante protegida”.

Até o meio da adolescência estudou na Escola Suíça, em Santa Teresa. A escola tinha poucos alunos e ele poucos amigos. Sua rotina dessa época se resumia a casa, ao colégio e ao percurso longo que fazia entre uma e outra, todos os dias.

Somente quando, aos 16 anos, mudou de escola e foi para o São Vicente de Paulo, no Cosme Velho, ele passou a vivenciar mais intensamente a cidade e a ter uma vida como qualquer adolescente. “Aí sim, eu comecei a freqüentar Ipanema e Leblon. Descobri amigos, descobri uma cidade que você vê ao ar livre e passei a ter um ponto na praia onde eu sabia que encontraria as pessoas. No meu caso, era ali em frente ao Country, onde gostava de jogar vôlei até o fim do dia”. Hoje em dia, sua relação com a cidade ao ar livre se mantém, João diz aproveitar o Rio correndo na orla ou na areia de três a quatro vezes por semana e nadando no mar ou subindo até Vista Chinesa de bicicleta, nos fins-de-semana. “Eu nunca me inscrevi numa academia. Tudo que eu preciso está do lado de fora; está no Rio. Eu uso muito a cidade, mas à noite eu fico mais em casa”. João é casado, tem um filho de dezesseis anos e mora no Leblon.

Ele estudou Economia na PUC e sentia-se muito à vontade no que ele considera o mais próximo de um verdadeiro campus universitário. O curso lhe deu disciplina de estudo e base fundamental de conhecimento: “Foi muito importante esse curso para mim, fiz bons amigos e tinha a sensação de estar no lugar certo pro Brasil naquela época. Mas por outro lado, apesar de ser bom aluno, eu sabia que não seria economista”.

Depois de formado a questão se abriu: se não seguiria Economia, o que faria? Foi quando o irmão Walter Salles, diretor de cinema, o chamou para ajudá-lo em um documentário sobre o Japão. João aceitou e a partir daí, se caminho como cineasta foi sendo traçado: “Foi uma coisa acidental, nunca foi uma vocação, um ‘eu só quero fazer cinema!’”.

O direcionamento atual para o jornalismo então se justifica. O foco de João Moreira Salles é a observação, o meio com que fará isso, não é o principal: “Para mim essa migração não é tão extraordinária assim como as pessoas pensam. Deixar o cinema por um tempo para mim não é um problema. Eu nunca estive no cinema com os dois pés no chão. Eu estive lá sempre hesitando, pensando se estava no lugar certo. Aqui (na revista) eu me sinto mais à vontade”.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Dia Internacional da Mulher

No dia internacional da mulher achei por certo pensar sobre a questão, afinal ainda sofremos, ainda lutamos e ainda precisamos refletir sobre nossa condição e nossa posição na sociedade. As mudanças chegam a nos atropelar de tão velozes e se por um lado alcançamos conquistas e liberdades, por outro novas amarras nos são colocadas.

Entre todos os eventos sobre o assunto que aconteceriam na cidade, o que me chamou mais a atenção foi o realizado no Museu da República, onde arte, direito e comportamento estariam em pauta.

Este evento, que aconteceu nos jardins do museu e conta com uma exposição aberta ao público, faz parte de um projeto comemorativo dos 20 anos da Constituição de 1988 e celebra a participação popular neste capítulo tão importante da nossa história.

- Esse evento é muito importante para revermos 1988, rediscutirmos e reavaliarmos o que conquistamos e o que ainda precisamos conquistar. Optamos por fazer todos os debates ao ar livre para termos mais ouvintes, mais participantes, pois nosso objetivo é trocar com as pessoas, gerando envolvimento e participação sobre diversos assuntos – explica Maria Helena Versiani, curadora do evento.

Mas no domingo, dia oito, o foco da discussão estava apontado para a mulher e não somente a mulher como gênero, mas principalmente a mulher como conquista.

A partir de um movimento de mulheres, conhecido como Lobby do Batom, foi conquistado, em 1988, na Constituição, o direito de igualdade e direitos entre homens e mulheres. Mas o que essa nova legislação significou em termos práticos? Quais mudanças ela efetivamente imprimiu nas mulheres e nas suas relações com os homens e com a sociedade?

Através de debate, exposição de graffiti, performance artística e filme sobre a questão legal do aborto, as inquietações e conquistas da mulher atual foram se destrinchando.

A primeira etapa do evento foi a apresentação ao vivo da graffiteira Panmela Castro, mais conhecida como Anarkia, que pintou um quadro com a figura de uma mulher e dizeres em defesa da causa. Anarkia é integrante do projeto "Graffiteiras Pela Lei Maria da Penha", que promove na Baixada Fluminense, debates sobre a lei que pune agressões contra as mulheres.

- O graffiti é importante por que é visto por todo mundo e se for usado como um meio para comunicar assuntos polêmicos, é muito eficiente – argumenta Anarkia.

Outra atração do evento foi a performance "Procurando Eva na Cidade" da atriz e bailarina Andréa Maciel, que percorreu as ruas do Catete com uma saia de papelão colorida e no final do evento se apresentou no palco, dialogando com o público e trazendo à tona aspectos da sensualidade feminina.

- A arte vem para expandir o conceito. É uma forma de abordar o tema de uma outra forma, sensibilizando o público – argumenta a curadora Maria Helena.

O debate com Schuma Schumaher ativista feminista que fez parte do Lobby do Batom ; Eliane Potiguara, fundadora e diretora da REDE GRUMIN de Mulheres indígenas e Miriam Goldenberg antropóloga, escritora e pesquisadora na área de gênero, desvio, corpo, sexualidade e novas conjugalidades, abordou dezenas de aspectos relevantes sobre a mulher nos dias de hoje: suas lutas, seus anseios e suas vitórias.

Schuma fez um histórico sobre as conquistas da mulher, desde a criação do dia Internacional da Mulher em 1910, em Copenhagen, no II Encontro de Mulheres Socialistas, até a conquista das feministas na constituição de 1988 passando pela conquista, em 1932, do direito de votar e pela segunda onda do feminismo na década de 70, que lutou bravamente pelo fim do patriarcalismo e pelo direito ao prazer.

- O feminismo conseguiu fazer uma luta silenciosa que não derramou uma só gota de sangue – avalia Schuma.

Eliane Potiguara revelou em números as dificuldades das mulheres indígenas, que são duplamente uma minoria e revelou como o preconceito e o desrespeito vem destruindo a essência do povo indígena durante séculos.

- Ser indígena hoje já não é ficar nu e andar na floresta. Ser indígena é ter na essência a ética que vem dos nossos ancestrais e isso nós não podemos perder – explica Eliane.

Miriam Goldenberg fez uma palestra bastante envolvente e abordou a questão do comportamento da mulher brasileira. Falou sobre a importância de Leila Diniz e sua revolução comportamental - uma revolução que foi a sua própria vida.

Miriam revelou também o quanto as mulheres brasileiras se importam e se preocupam com a questão do envelhecimento e como elas medem a sua felicidade pela conquista de um casamento estável quando chegam aos cinqüenta anos.

Ela comparou o comportamento das brasileiras com o das alemãs que se consideram no auge aos cinqüenta por conta da maturidade alcançada e pelas conquistas na carreira. As brasileiras, segundo suas pesquisas, se sentem infelizes pois já não chamam a atenção dos homens na rua e porque, se não tem um marido, dificilmente encontram um novo companheiro.

Miriam colocou, ao final, que as alemãs seriam mais felizes, pois não dependiam dos homens para se sentirem realizadas.

Não sei...

Será pedir demais querer os dois? Ter uma relação satisfatória com o universo masculino e, ao mesmo tempo, com a vida profissional?

Acho que daqui pra frente só as mulheres que conquistarem isso poderão dizer que se sentem realmente felizes. Afinal as alemãs nos influenciam e nossos costumes não são abandonados tão facilmente.

Novas batalhas para nós! Mas ser mulher é isso: mudar, lutar, amar...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Cultura Digital, Cultura Popular e Liberdade

No último fim de semana aconteceu o 1º Festival Cultura Digital do Rio de Janeiro, no Circo Voador. Na programação, robótica, software livre, Pure Data, propriedade intelectual, pirataria, liberdade, danças populares, maculelê...

Danças populares, maculelê e cultura digital!?

Achei interessante e fui investigar a relação.

O evento não era de Cultura Digital pura e simplesmente, mas sim de Cultura Digital Livre. E isso muda muita coisa.

A Cultura Digital Livre defende e promove o uso do software livre e a ampliação infinita da circulação de informação e criação. Busca elevar ao máximo as possibilidades de acesso, autonomia e autoria de todos que estão nela inseridos. Além disso, também busca a transformação da própria sociedade e das formas de relação dentro dela.

A filosofia da Cultura Digital Livre é da meritocracia; só cresce dentro dela quem se esforça para aprender e contribuir. Toda essa liberdade, portanto, acaba por exigir conhecimento profundo das novas linguagens e tecnologias e, principalmente, envolvimento humano (mesmo que através da máquina). Você pode não pagar, mas para estar inserido, precisa contribuir.

- Na Cultura Digital Livre o importante não é o dinheiro, o importante é o mérito. Você precisa estar inserido. Qualquer um pode entrar, mas quanto menos você fizer, menos você é respeitado, menos você aprende, menos você constrói e menos você tem acesso – explica Tadzia Maya, uma das organizadoras do evento.

Por conta disso muitas iniciativas, tanto do governo, quanto da sociedade civil organizada vêm promovendo a capacitação em tecnologias da informação de jovens e adultos que vivem em áreas de exclusão. A finalidade não é só inserir essas pessoas no universo digital, mas possibilitar a contribuição desses novos agentes na elevação da capacidade tecnológica do país, já que dentro da Cultura Digital Livre todos podem e devem criar e recriar o universo já existente.

Nesse caso vai ficando mais fácil entender a relação entre Cultura Digital Livre e as culturas tradicionais, como o samba, a capoeira e o Jongo, que são construídas a partir das relações humanas, estão sempre em movimento e são baseadas na contribuição que cada um dá a elas.

- A cultura tradicional é uma cultura livre, pois sobreviveu sem nada, só através da transmissão oral. A Cultura Digital era o braço que faltava para o resgate e o fortalecimento de uma cultura ancestral – argumenta Luciane Menezes, cantora, pesquisadora e a facilitadora da oficina de danças e cantos tradicionais do evento.

A Cultura Digital Livre, portanto, se alimenta e se firma através dos valores tradicionais; e os movimentos da cultura tradicional se fortalecem com a Cultura Digital, pois encontram nela um canal aberto e democrático para se propagar e se fortalecer.

Direitos Autorais


Mas toda essa defesa por liberdade de difusão e acesso a cultura e a conteúdos diversos acaba esbarrando, inevitavelmente, na questão dos direitos autorais. A discussão sobre novas formas de licenciamento se faz, então, necessária.

- É muito importante o debate sobre cultura livre e direito autoral. Nós temos uma lei do direito autoral que é muito defasada e que criminaliza o usuário. É preciso mudar essa lei e entender que a cultura livre, que a cultura da gratuidade está emergindo – defende Ivana Bentes, professora da Escola de Comunicação da UFRJ, que participou da mesa de discussão “Ainda somos os mesmos e licenciamos como nossos pais?”, que aconteceu no primeiro dia do evento.

Para alguns esse discurso de liberdade e gratuidade não tem espaço dentro da sociedade capitalista.

- O fim da propriedade intelectual é utópico. Assim como existe a propriedade individual no capitalismo, sempre vai existir a propriedade intelectual. A partir do momento em que eu vivo das minhas criações, é claro que eu tenho que ter o direito sobre elas, assim como o marceneiro tem o direito de cobrar sobre seus produtos – defende a produtora de cinema Ana Alice de Moraes.

Mas o que certas experiências têm mostrado é que algumas vezes a liberação ao uso irrestrito de conteúdos dentro da internet, ou até mesmo fora dela, acaba por beneficiar o criador mais do que quando ele restringia o acesso à suas criações através das arcaicas leis de proteção.

É o caso apontado por outro participante da mesa, o cientista político Thiago Novaes.

- Os filmes Tropa de Elite e o Homem que Copiava que foram “lançados” de forma ilegal antes do lançamento oficial no cinema não impediram que estes obtivessem grandes bilheterias, muito pelo contrario – defende.

Outro caso é o do músico Bnegão que libera todas as suas músicas na Internet e por conta disso é ouvido em diversas partes do mundo, garantindo popularidade, venda de CD e também convites para a realização de shows. Tudo graças à participação, envolvimento e contribuição que ele faz dentro da rede. O mérito é reconhecido e ele se fortalece.

Será que em todos os casos isso aconteceria? É certo que não, mas fatos como esse demonstram que as antigas formas de lidar com a troca e o acesso à conteúdos, não garantem o retorno desejado e que o risco inicial da liberação e do livre compartilhamento pode garantir mais sucesso.

O cenário, em todo caso, está mudando rapidamente e mesmo que nem tudo se torne gratuito, como querem os que levantam a bandeira da Cultura Digital Livre, uma coisa é certa: quem não estiver envolvido, pouco acesso terá dentro do infinito da Cultura Digital, mesmo tendo bastante dinheiro para dar.

(Esse evento faz parte da programação do Pontão de Cultura Digital - título que foi conferido ao Circo em 2007 pelo Ministério da Cultura e que faz parte do programa Cultura Viva do Governo Federal.
Esse programa, criado em 2004, contempla iniciativas culturais que envolvem a comunidade em atividades de arte, cultura, cidadania e economia solidária e tem como objetivo promover a diversidade cultural.)